domingo, 8 de agosto de 2010

Doçura de um torpor

"Estou na cama, mergulhado na doçura de um TORPOR. Às seis horas, depois do primeiro e leve DESPERTAR, estendo a mão para o pequeno rádio colocado perto do meu travesseiro, e aperto o botão. Ouço as notícias da manhã, mal distinguindo as PALAVRAS, e durmo de novo, durmo tanto que as FRASES que escuto transformam-se em sonhos. É a fase mais BELA do sono, o mais delicioso MOMENTO do dia: graças ao rádio, saboreio meus ETERNOS despertares e cochilos, esse EMBALO soberbo entre a vigília e o sono, esse movimento que por si só me tira o desgosto de ter NASCIDO."


[Milan Kundera / Livro: A Imortalidade]

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